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Locais mais perigosos de se transitar em Belo Horizonte

Veja onde e como os ladrões mais agem em Belo Horizonte

 — Imagem/Reprodução: PMMG
— Imagem/Reprodução: PMMG

Falta de policiamento e deficiência na iluminação pública


Encerrado o expediente, o fim do dia de trabalho deixa de ser um momento de alívio para representar um pico de ansiedade e tensão para a técnica em enfermagem Maria Rosalina Alves Jardim, de 46 anos, que espera por ônibus em um ponto escuro e movimentado da Rua Rio Grande do Sul, no Centro de BH.


“É de repente que a gente escuta os bandidões passando correndo com um celular roubado na mão. E é sempre. Nunca tem polícia nem ninguém para acudir. Eu me escondo entre os passageiros do ponto, mas tremo toda. Acho que desmaiaria se alguém chegasse com uma faca em mim para me roubar. Morro de medo de ser assaltada”, desabafa.


A polícia encerra o expediente e os marginais começa a agir


A região onde Maria Rosalina passa por uma espécie de roleta-russa diária é a mais movimentada de Belo Horizonte, com comércio, trânsito e serviços intensos, além da convergência dos sistemas de transportes metropolitanos.


Os assaltos e furtos acontecem justamente quando os policiais estão encerrando seu turno de trabalho. O Centro é também o maior foco dos roubos segundo os dados de 2024 da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais.


Essa região, dividida em quatro pelas avenidas Afonso Pena e Amazonas, teve registro de 679 ocorrências de roubos, sendo 559 contra pessoas a pé, 29 em estabelecimentos comerciais e 15 no transporte coletivo, sendo que cada registro de ocorrência pode conter várias vítimas.


A violência é uma marca desses crimes, pois 248 ocorreram com agressões físicas, 176 com uso de armas brancas, 79 sob ameaças e 66 com uso de armas de fogo.


Há também dias e horários mais perigosos: foram 259 registros entre 18h e 23h59, quando o policiamento já encerrou seu expediente, sendo que os domingos foram os dias em que aconteceram mais crimes, somando 130, dia em que o patrulhamento não existe, nem da polícia nem da guarda municipal.


Lugares mais perigosos de Belo Horizonte


Entre as estruturas que levam ao Centro esse acúmulo de pessoas se destacam as seguintes:


  • Rodoviária de BH;

  • Estações do BRT/Move municipal e metropolitano;

  • Estação Central do Metrô;

  • Parque Municipal Américo Renné Giannetti

  • Mercado Central;

  • Mercado Distrital;

  • BH Resolve;

  • Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Praça 7;

  • Restaurante Popular;

  • Galeria do Ouvidor;

  • Minascentro;

  • Shoppings populares Oiapoque, Xavantes e UAI.


Isso sem contar os altos edifícios de escritórios, consultórios médicos e de atendimento odontológico, estacionamentos, sedes de operadoras de telefonia celular, agências dos maiores bancos e de financeiras, oficinas, tecelagens, marcenarias, lojas de peças, oficinas de reparos, a Feira de Artesanato aos domingos e muito mais.


Bairros mais perigosos de Belo Horizonte


Outros três bairros se destacam na lista dos que concentraram mais roubos em 2024, sendo que o segundo com mais crimes foi o de Santa Efigênia, na Regional Leste, com 148 ocorrências, seguido pelo Bairro União, na Regional Nordeste, com 104, e a Savassi, na Regional Centro-Sul, com 95 casos.


Hospitais e adjacências: Região de alto risco


Vizinho ao Centro, o Bairro Santa Efigênia também pulsa com grande movimento. Tem no eixo que faz limite com o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, na área dos hospitais uma grande concentração de edifícios de referência em saúde para a capital, a Grande BH e até cidades do interior, como o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, o Hospital das Clínicas da UFMG, o Hospital Santa Casa de Misericórdia, o Hospital São Lucas, o Centro de Especialidades Médicas Metropolitanas, o Hospital do Ipsemg, o Hospital Militar, clínicas, consultórios, lojas de insumos e instrumentos.


As praças do entorno e ruas ficam repletas de pacientes em consultas, parentes e acompanhantes, sem falar em ambulâncias de várias cidades estacionadas entre as vias e espaços públicos.


A região é cortada pela Avenida do Contorno e tem ainda hipermercado, shopping de grande porte e, apesar de ser concentradora de violência, conta com instituições como a sede do 1º Batalhão da Polícia Militar (Hipercentro), a Diretoria de Transportes da Polícia Civil e a Câmara Municipal de Belo Horizonte.


A maior parte dos roubos ocorreu contra transeuntes (105) e um número menor foi identificado em estabelecimentos comerciais (14). As armas de fogo foram usadas no maior quantitativo de crimes (55), seguidas por agressão físicas desarmadas (25), ameaças (25) e armas brancas (24). As quartas e sextas-feiras concentraram mais ocorrências, com 26 em cada dia, sendo o horário de fim de expediente, das 18h às 23h59, o mais perigoso, com 74 casos.


Em terceiro no ranking do crime: Regional Nordeste


“Aqui é tudo muito rápido. Os bandidos chegam de moto, com o garupa armado, que pula e sai levando celulares e bolsas de quem está pela frente. Só com sorte mesmo para não ser a vítima da vez. Precisamos urgente de mais polícia nas ruas. Só isso que põe medo nos bandidos”, diz a cuidadora Liliane Pinto Alves, de 53 anos, que mora e utiliza ônibus no Bairro União, terceiro mais violento de BH, na Regional Nordeste.


Entre corredores de intenso tráfego local e metropolitano das avenidas Cristiano Machado (Linha Verde e aeroporto internacional, em Confins), José Cândido da Silveira e Pastor Anselmo Silvestre, o Bairro União também concentra muito movimento voltado a comércio com destino ou orbitando dois grandes shoppings centers, bem como a Estação de Metrô Minas Shopping e o acesso ao Anel Rodoviário.


Lá, os principais alvos foram transeuntes, com 62 ocorrências, sendo 53 com uso de arma de fogo e 21 com armas brancas. O horário de maior perigo é das 18h às 23h59, com 56 registros, e a quarta-feira, com 18 ocorrências o dia da semana com mais casos, apesar de os registros entre os dias serem mais equilibrados no bairro.


O crime na área da Savassi


Área de muitos eventos, atividades culturais, compras e lazer, a Savassi possui mais de 1.000 estabelecimentos comerciais, galerias e um shopping de grande porte. São cerca de 300 bares e restaurantes que oferecem desde refeições do dia a dia até happy hour e baladas. Um local pulsante, com agências de todos os grandes bancos e lojas das principais operadoras de telefonia celular.


Dos 95 roubos registrados por lá, 76 foram a pedestres, sendo 28 por meio de agressões físicas desarmadas, 19 com armas de fogo, 18 com armas brancas e 11 a partir de ameaças. Neste bairro boêmio, o horário preferido dos ladrões é o início da noite, entre 18h e 23h59, com a maioria absoluta dos registros, chegando a 33, sobretudo aos domingos, quando ocorreram 19 casos.









 
 
 

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