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CRIMES POLICIAIS — Justiça torna réus PMs acusados de matar jovem e torturar grávida em SP

 — Imagem/Reprodução: Além de aceitar a denúncia, o juiz também decretou a prisão preventiva do cabo Júnior César Rodrigues e do soldado Leonardo Machado Prudêncio
— Imagem/Reprodução: Além de aceitar a denúncia, o juiz também decretou a prisão preventiva do cabo Júnior César Rodrigues e do soldado Leonardo Machado Prudêncio

Adauto Jornalismo Policial


A Justiça de São Paulo aceitou na sexta-feira (11) a denúncia contra seis policiais militares, acusados de envolvimento na morte de um jovem e na tortura da mulher dele, grávida, em abril deste ano em Piracicaba (155 km de São Paulo).


Há indícios suficientes contra os agentes para torná-los réus, escreveu o juiz na decisão. Existem imagens gravadas do caso, além de testemunhas que comprovaram a identidade dos PMs, citou Luiz Antônio Cunha, da Vara do Júri e Execuções da comarca de Piracicaba.


Além de aceitar a denúncia, o juiz também decretou a prisão preventiva do cabo Júnior César Rodrigues e do soldado Leonardo Machado Prudêncio. Para ele, as provas até o momento mostram que os dois têm personalidade violenta e apresentam extrema periculosidade, além de terem tentado prejudicar a investigação. Ambos já estavam presos temporariamente. Os demais PMs estão afastados das ruas temporariamente e podem fazer apenas trabalho interno administrativo.

Entenda o caso


Gabriel Júnior Oliveira Alves da Silva, 22, foi morto com tiro na cabeça durante abordagem policial em 1º de abril deste ano, na Vila Sônia, em Piracicaba. Ele e a esposa, Rebeca Mirian Alves Braga, 19, na época grávida de oito meses, foram comprar refrigerante e uma porção de milho cozido perto da casa deles, quando os policiais pararam Gabriel.


PMs disseram que ele resistiu à abordagem. Os soldados alegaram que o jovem estava com "um volume suspeito" e que tentou resistir à revista ao arremessar uma pedra contra eles. Nada de ilícito foi encontrado com Gabriel.


A esposa questionou a violência da abordagem e foi agarrada pelos cabelos. Ela foi levada para a viatura, onde diz ter sido enforcada enquanto chorava de susto após ouvir um barulho de tiro. Ela pedia aos policiais para socorrerem o marido dela, e diz que o soldado Prudêncio reagiu com deboche.


Ele teria dito que "o lixo do marido dela estava morrendo e que iria ligar na central para a ambulância demorar a chegar no local". Gabriel foi socorrido, mas não resistiu. De acordo com a perícia, ele foi atingido com um tiro acima da nuca, próximo à orelha direita.


Testemunhas ouvidas pela promotoria desmentiram a versão do cabo e do soldado. Elas relataram que Gabriel não estava com pedra nenhuma, e que foi o cabo Rodrigues quem pegou duas pedras e colocou na viatura para justificar o disparo.


O dono do estabelecimento onde os jovens foram comprar milho denunciou que a PM tentou obter as filmagens das câmeras do local. O equipamento, no entanto, não registrou a ação. Ele disse que Gabriel tentou se defender e que é comum a polícia ser agressiva na comunidade.


Depois do crime, Rebeca denunciou que viaturas ficavam passando em frente à casa dela com frequência, e que policiais tentaram retirar as faixas que familiares e amigos penduraram pedindo justiça. Moradores da comunidade também disseram que estavam sendo intimidados a não prestarem depoimento sobre o caso.






 
 
 

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